Quando Paulo era apenas Paulinho...
- Paulo Eduardo Rocha
- 26 de mar. de 2023
- 4 min de leitura

26/03/23
Quando Paulo era apenas Paulinho, muitos sonhos rodeavam sua pequenina mente... coisas importantes... jogar bola, videogame,jogar bola de novo, pular corda às vezes, às vezes também a escola (RS). Mas nunca música... ah, gostava de cantar, na universal língua do embromation, mãe do inglês. Só que música era algo muito distante. Achava que era fruto de iluminação divina, e que quem vivia disso só podia ser escolhido, o herói que precisávamos, superior.
* Este primeiro texto será sobre um pouco da minha história como músico mas também qualquer pensamento que vier na caixola por durante!!!
Um dia tudo mudou quando, por engano, fomos eu (de 12 anos), minha irmã (de 9) e minha mãe (cumprirei o código das mães e não informarei a idade), inscrevermos a Gabi (a tal da irmã) num curso de canto. Mas chegando lá, descobrimos que nem de canto era, e sim de cordas, música clássica. Aí que o saudoso Programa de Música e Orquestra do Instituto Pão de Açúcar entrou na vida da minha família, porque tanto eu quanto minha irmã se formamos em violino lá (eu entrei antes, pois a Gabi não tinha idade suficiente na época — sendo a partir dos 10 a mínima) e fizemos amigos e principalmente, tivemos nosso primeiro contato mais aprofundado com música. E coincidentemente, na mesma época, até um pouco antes desse ocorrido, eu tinha iniciado meus estudos na bateria tocando numa igreja evangélica que frequentei por muito tempo da minha vida. Essas duas novas vivências me abriram portas pra música, em visões clássica e moderna, com estes dois instrumentos. Não coincidentemente, hoje, minha forma de produção musical considera a união desses mundos que são mais parecidos do que podem aparentar.
Passado esse início, com 16 anos eu tava delirante achando que queria ser físico, por fascínio à astronomia, mas eu já sabia que caminho meu coração desejava seguir. Nas turbulências de adolescente, me descobri um poeta, quando passei por um longo período de depressão. A escrita me ajudou muito a superar as dificuldades, junto a muita música (muita mesmo, eu simplesmente não tirava o fone). Uma coisa também é que desde criança quis tocar violão, e nessa época, comecei aprendê-lo, pois apostei com meu pai (temos muito disso) que se eu passasse na ETEC eu ganharia um. E fazia todo sentido entrar em MECATRÔNICA na ETEC, já que eu tinha "toda certeza" que queria ser cientista e toda minha família já projetava esse futuro. Mas tendo o violão, foi um passo pra começar a unir poesia a melodia e compor minhas primeiras canções, com os poucos acordes que sabia. Com alguns metros, já me imaginava apresentando elas ao mundo e vivendo disso... A depressão foi uma grande propulsora de minha criatividade, mas eu ainda tive muitos problemas para realmente assumir o que eu sou e quem gostaria de ser, demorou (e demora) alguns anos para que esse momento chegasse. Isso muito pela expectativa que meus familiares criaram por mim, e pelo papel do artista no mundo, que é desvalorizado. Para aquele Paulo, música era ainda a distância que todo sonho parece estar. Até eu descobrir que pra um ser se realizar, é preciso fazê-lo acontecer — isso foi muito trabalhoso.
Fui vencendo a depressão aos poucos, fortalecendo cada vez mais minha autoestima, mas ainda fui eu lá fazer física, cara kkkk. Acontece. Passei meus 17 anos estudando a fim de entrar na USP e na Unicamp. E consegui. Acabei optando pela Unicamp porque a USP era em Lorena (3 hrs de casa). Primeiro ano de curso foi em EAD, e foi quando o pensamento de seguir meu sonho ficou mais latente. Tinha prova de Cálculo toda segunda, com direito a lista de exercícios pro mesmo dia. Não aguentava. Não era o que eu queria pra minha vida. Ser um profissional medíocre e infeliz é tudo que eu tenho pesadelos. E nesse sentimento, fui investir de vez na música. Foi assim que entrei no Conservatório e Faculdade Souza Lima, onde estudo produção musical, com término no meio de 2024. ENFIM, terminando (de começar?) minha curta história, agora nos meus 20 anos, refiz a FUVEST (vestibular da USP, pra quem não sabe), desta vez em Publicidade e Propaganda, e passei! Isso será importante artisticamente pois pretendo ter um estúdio e negócio próprio, mas isso será cena pra um próximo artigo.
É engraçado como as coisas acontecem num fluxo de tempo quase imaginário, sabe? Parece que não é real tudo isso que nós vivemos. Tipo, será que vivemos tudo isso mesmo da forma que é!? Sinto que posso pular o tempo. Ultimamente, quando estou em situações que não quero viver, eu simplesmente pisco algumas vezes e penso: "relaxa, logo logo você estará em outro lugar". É como se fosse um mantra mesmo. Agora quando penso no passado, parece que tudo era pra acontecer pra que eu estivesse contando essa história aqui, da forma que é. Eu não sei ainda como está por vir, mas sinto que sei o que está por vir, e que essa minha vocação vai me levar a outro lugar, melhor.
Hoje, toco 6 instrumentos, sou formado em violino pelo Instituto Pão de Açúcar, estou a me formar pelo Conservatório e Faculdade Souza Lima em produção musical, e estou prestes a lançar meus 2 primeiros EPs musicais. Se tudo der certo, logo estarei bem como sonhei um dia: nos palcos. Isso mostra como o PERJS conversa com o Paulo de 16 anos que ouviu os sonhos do Paulinho que achava que música era iluminação. Hoje sei que o músico é gente normal, normalíssima. Sobretudo, sei que eu quem faço minha história, e por isso criei este site, meu espaço para compartilhar um pouco de meu universo com quem estiver disposto a conhecê-lo. Obrigado por estar aqui!!!
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